terça-feira, dezembro 3, 2024
Notícia

A CNMV adverte sobre o risco das opções binárias

A Comissão do Mercado de Valores espanhol adverte sobre o risco que implicam os já denominados como produtos tóxicos, os quais estão fazendo que praticamente 80% de novos investidores sofram perdas.

Uma cifra realmente preocupante para a CNMV e quem decidiu se rebelar contra tais instrumentos de investimento.

Há muitos instrumentos de investimento facilmente acessíveis através da internet, mas nem todos são seguros.

No caso das opções binárias temos um produto que oferece uma alta rentabilidade mas o que muitas pessoas não têm em conta é que trata-se de investimentos de alto risco.

Glossário do conteúdo do artigo:

Apesar de que muitas plataformas advertem dos riscos e recomendam operá-los sob própria responsabilidade há quem não dê ouvidos à essas advertências.

Os vigilantes dos mercados da União Europeia começam a dar a voz de alarme sobre os riscos que implicam certos produtos como são as opções binárias, os CFDs e o Forex.

Certamente você já tem conhecimento sobre algum destes instrumentos de investimento e é que na Internet são muito populares há algum tempo. Aparentemente são acessíveis para qualquer um e oferecem a oportunidade de aumentar o capital a curto prazo.

Não obstante, deve-se saber como controlá-los para poder ter realmente êxito ao longo do tempo.

Frequentemente se pode ter sorte e benefícios no início, mas se manter é o difícil.

Outros operadores inclusive não chegam a gerar seus primeiros ganhos, e isto é precisamente o mais preocupante, que muitos poupadores percam seu capital do nada.

A CNMV adverte dos riscos

A Organização Internacional de Comissões de Valores (IOSCO), que reúne mais de 100 regulamentadores de valores em todo o mundo e os mercados de futuros se pronunciam contra este tipo de produtos tóxicos, manifestando que se tratam de produtos difíceis de entender e que dada sua natureza os operadores se expõem a um nível alto de perigo.

Um estudo recente demonstra que a grande maioria dos operadores de opções binárias, CFDs e Forex acabam perdendo seu dinheiro.

De fato, se falamos dos Contratos por Diferença um dos últimos estudos realizados pelo supervisor do Reino Unido nos deixa uma preocupante cifra de 82% dos investidores que operam e registram perdas.

Em um relatório que recolhe a opinião de mais de 20 supervisores, incluindo a CNMV, se adverte que muitos dos investidores minoritários que acessam este tipo de produtos não são conscientes dos riscos e não são capazes de avaliar nem os riscos que implica o trading nem são capazes de suportar as perdas que finalmente acabam sofrendo.

Sabemos que no mundo dos investimentos se pode ganhar e perder, mas para a Comissão Nacional do Mercado de Valores, igual que para outros organismos supervisores, lhes preocupa muito o que está ocorrendo hoje em dia com estes produtos que têm tanta demanda, e que infelizmente não todos que operam conseguem os resultados desejados mas pelo contrário, acabam sofrendo as consequências.

Depois de uma análise da situação a CNMV detectou que muitas das firmas especializadas nestes produtos, e em particular de CFDs, não informavam de maneira conveniente dos riscos que implicavam seus produtos e que nem todos os operadores eram aptos a comerciá-los.

Felizmente as firmas solucionaram os problemas e a CNMV pôde se assegurar de que tinham tomado as medidas oportunas, oferecendo ao operador potencial informação sobre o produto e seus riscos.

Em todo caso, este tipo de instrumentos continua sendo motivo de controvérsia e agora mais do que nunca este trio de produtos está sendo vigiado muito de perto.

De algum modo a CNMV pretende levar a cabo medidas, que de fato já se estão tomando, para evitar que os operadores particulares sem experiência se iniciem neste tipo de práticas sem ter os conhecimentos suficientes para isso.

Embora se apresentem como produtos revolucionários sempre deve-se informar muito bem antes de começar qualquer operação.

Que medidas os organismos europeus vão tomar?

Se poderia dizer que Comissão Nacional do Mercado de Valores em Espanha é um dos organismos mais recentes que têm se implicado na luta contra estes produtos de investimento.

Apesar que também sabemos que há outros organismos a nível europeu que há tempos estão debatendo sobre o perigo do Forex, os CFD e as opções binárias, e que inclusive já  impuseram algumas medidas para abordar estes temas.

O supervisor europeu ESMA continua lutando contra estes produtos e sempre adverte dos perigos de um uso inadequado dos mesmos.

Através de seus comunicados periódicos tenta alertar aos particulares para que não se exponham aos riscos.

Desde logo já se estão tomando medidas para que em uma segunda edição da MiFID o objetivo principal seja que os mercados possam funcionar melhor que atualmente e em princípio a nova normativa deveria entrar em vigor no próximo ano 2018.

Como medida de atualização se incluirá, entre outras, a opção de suspender qualquer comercialização ou venda dos produtos financeiros se determinados requisitos se derem. Para sabê-lo teremos que esperar, mas ainda assim já é de agradecer que se preocupem por nós, e que existam organismos que velam por nossa segurança e interesse.

Nestes momentos temos supervisores que já trabalham no bloqueio destes produtos e que tampouco permitem sua publicidade.

De fato, alguns supervisores faz tempo que já tomaram medidas, como é o caso do supervisor bela FSMA que proibiu a venda a pequenos investidores dos CFD com alavancagem e as opções binárias, e que também vetou aos particulares no mercado de divisas.

A AMF francesa também está em processos de bloquear a publicidade para os Contratos por deficiência que permitam usar uma alavancagem superior a cinco vezes, ou seja, investir mais de 100€ com apenas 20€ na conta, assim como bloquear também os anúncios relacionados com Forex e as opções binárias no país.

Do mesmo modo o supervisor AFM holandês também pretende eliminar a publicidade de opções binárias e de outros produtos considerados como tóxicos.

Na Alemanha não são apenas advertências senão que o supervisor BaFin está considerando inclusive a proibição das opções binárias assim como outro tipo de produtos do mesmo estilo.

Por outro lado, na Dinamarca está claro, as opções binárias são um produto especulativo e nada têm a ver com os investimentos reais, pois neste tipo de operações os ganhos parece que dependem mais de pura sorte.

De acordo com a DFSA dinamarquesa deve-se tentar afastar os consumidores deste tipo de produtos que só farão que percam seu dinheiro.

Um dos mercados principais no Reino Unido sempre foi o dos Contratos por Diferença, mas inclusive neste país este tipo de produtos também está começando a se tornar hostil.

De fato, como dizíamos há um momento 82% dos operadores sofre perdas operando CFD o que significa que há algo que claramente está falhando.

A FCA já anunciou medidas drásticas para lutar contra os Contratos por Diferença e como primeira exigência os corretores e plataformas deverão deixar claros os riscos através de um aviso específico.

Também insistirá em uma redução da alavancagem de acordo com a experiência dos operadores, já que as operações alavancadas supõem um risco importante na carteira de investimento e nem todos são capazes de controlar isso adequadamente.

Por outro lado, as firmas não poderão trazer novos clientes usando publicidade nem promoções especiais.

Desde a ESMA levam muito a sério a segurança e por isso adverte que muitas vezes os ganhos são enganos já que a alavancagem não é dinheiro real, mas a exposição ao risco sim e as perdas também. Então convém ter cuidado.

Detratores e defensores destes produtos

Evidentemente, da mesma forma que podemos encontrar detratores destes produtos considerados tóxicos pelos organismos de diferentes países europeus, incluindo a Espanha, também há quem os defendam.

Segundo a Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhola até 80% dos investidores acaba em perdas quando se investe em CFD.

Trata-se de uma porcentagem muito elevada e por isso que o presidente da comissão começara a exigir às firmas que operam este produto derivado no país a que informem aos clientes com 100% de transparência sobre os riscos e que aportem os documentos comprovativos pertinentes.

Por outro lado, tendo em conta que graças ao passaporte europeu qualquer broker estrangeiro pode oferecer seus serviços na Espanha a CNMV também poderá supervisionar o organismo em questão.

Neste caso, como há uma maioria de plataformas cadastradas em Chipre, os requerimentos irão para o supervisor do Chipre.

Por outra parte também temos os defensores destes produtos, e é que como qualquer instrumento de investimento se é feito um uso correto a experiência pode ser igualmente boa.

Todo mundo sabe que um mercado alavancado é um risco, mas também pode ser uma boa oportunidade se souber como usar.

Além disso, sempre se podem por limites para minimizar o risco de perdas e com a formação adequada inclusive os produtos de alto risco como são as opções e os CFD podem ser também recomendáveis para investir.

Alberto Carranza

Diretor e desenvolvedor de empreendimentos online. Especialista em aplicações financeiras como forex, ações, criptomoedas. Pesquisador de novos mercados disponíveis para pessoas com conhecimento financeiro.

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